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Café da Chapada Diamantina conquista registro de Indicação Geográfica

Fatores ambientais e humanos levaram ao reconhecimento, que fortalece identidade e agrega valor ao produto cultivado na região. Foi publicado nesta terça-feira, 15, pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), o reconhecimento da Indicação Geográfica (IG) para o café cultivado na Chapada Diamantina. Esse registro, uma denominação de origem, reconhece e valoriza o café produzido nos 24 municípios da região, enaltecendo a qualidade singular e o forte vínculo com o território. Com a conquista, os cafeicultores da Chapada ganham um certificado oficial que atesta a procedência e a autenticidade do produto, conferindo maior competitividade no mercado nacional e internacional. Para o gerente regional do Sebrae em Irecê, Edirlan Souza, a IG confere ao café da Chapada Diamantina uma identidade própria, reforçando seu diferencial em comparação a outros produtos. “Esse reconhecimento não apenas eleva o status do café local, mas também agrega valor aos produtores, permitindo que eles obtenham melhores condições de negociação e acesso a mercados mais exigentes”, afirma. “O registro de Indicação Geográfica é um marco para a nossa região. Ele consolida o trabalho de gerações de produtores e abre novas portas para a comercialização do nosso café com mais reconhecimento e valor agregado”, destaca Edirlan. A obtenção da Indicação Geográfica foi resultado de um árduo trabalho coletivo que envolveu prefeituras, técnicos, produtores e instituições como a Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB). O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) também contribuiu, realizando capacitações para os cafeicultores, orientação técnica para a solicitação formal do pedido e toda a consultoria para estruturação da (IG), contribuindo para essa conquista. INPI, Denominação de Origem e Características O reconhecimento da Indicação Geográfica (IG) da Chapapa foi na espécie Denominação de Origem (DO) como produtora de café. É a primeira DO da Bahia. Com esse registro, o Instituto chega a 130 IGs reconhecidas no Brasil. De acordo com a documentação apresentada ao INPI, os fatores ambientais e humanos da IG estão relacionados com a qualidade do café tradicionalmente produzido no território. Segundo o estudo “Café da Chapada Diamantina, Bahia: qualidade da bebida e relações com o meio ambiente”, da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), o manejo pós-colheita e o saber-fazer local são as variáveis humanas relacionadas com a qualidade do café. Observa-se que, na Chapada Diamantina, quase toda a colheita é realizada de forma manual. Ainda de acordo com o estudo da UESB, as variáveis ambientais que apresentaram influência sobre a bebida foram a altitude, a temperatura e a orientação da encosta em que o cafezal se desenvolve. Por sua vez, em estudo conduzido pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), a análise química demonstrou maiores teores de ácidos orgânicos e clorogênicos e, principalmente, de lipídeos, nos cafés da Chapada Diamantina, demonstrando um perfil químico característico, que os distingue de amostras provenientes de outras regiões da Bahia e do Brasil. Quanto aos aspectos humanos da produção, foi demonstrada a adaptação de técnicas tradicionais de secagem do café, por meio da cobertura dos terreiros, protegendo-o das intempéries, mas mantendo a circulação do ar pelas laterais. Essa técnica local influencia na qualidade final do produto. O cenário apresentado, fruto da conjunção de fatores naturais e humanos, é essencial para que o café da Chapada Diamantina seja caracterizado como uma bebida encorpada, adocicada, com acidez cítrica, notas de nozes e chocolate, além de final prolongado. Terroir A gestora de projetos do Sebrae em Seabra, Amanda Teixeira, reforça que essa conquista é fruto de uma parceria sólida entre todos os envolvidos e o Sebrae teve o privilégio de liderar este processo que vai transformar a vida de muitos produtores locais. “A Chapada Diamantina, conhecida por sua biodiversidade e condições climáticas únicas, agora vê seu café certificado, o que atesta não só a excelência do produto, mas também o respeito às tradições locais e ao manejo cuidadoso. Esse reconhecimento aumenta a visibilidade do café da região, atraindo o olhar de consumidores e investidores para esse ‘cantinho da Bahia’, que possui um terroir incomparável”, comemorou a gestora. Com o selo de Indicação Geográfica, os produtores da Chapada Diamantina terão mais força no mercado, não apenas pela qualidade do produto, mas também pelo valor que essa certificação representa. Trata-se de uma vitória histórica, que fortalece a economia local e solidifica a posição do café da Chapada Diamantina como um dos mais prestigiados do Brasil. Delimitação da área geográfica: Os limites contemplam 24 municípios inseridos na Mesorregião do Centro-Sul Baiano, na Chapada Diamantina: Abaíra, Andaraí, Barra da Estiva, Boninal, Bonito, Ibicoara, Ibitiara, Iramaia, Iraquara, Itaeté, Jussiape, Lençóis, Marcionílio Souza, Morro do Chapéu, Mucugê, Nova Redenção, Novo Horizonte, Palmeiras, Piatã, Rio de Contas, Seabra, Souto Soares, Utinga e Wagner. Fonte: Sebrae e INPI | Foto: Cesar Alcântara/ML Comunicação

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