O dólar dispara sessão desta terça-feira (16), estendendo os ganhos depois de na véspera já ter atingido um pico de encerramento em mais de um ano, com investidores ainda repercutindo temores sobre o Federal Reserve e o tema fiscal no Brasil.
Ás 13h25, a moeda americana subia 1,50%, cotada a R$ 5,263, valor mais alto do que o visto na abertura das negociações.
Mais cedo, no pico do dia, a divisa norte-americana saltou 2,01%, a 5,2879 reais, maior nível intradiário desde março de 2023. Já as taxas dos contratos de juros futuros disparavam de 15 a 26 pontos-base na curva até janeiro de 2029, nos pontos mais altos desde novembro e dezembro do ano passado.
Enquanto isso, o Ibovespa recuou aos patamares mais baixos também desde novembro passado, atingindo uma mínima de 123.756,1 pontos mais cedo nesta sessão.
No mesmo horário, a bolsa perdia 0,36%, a 124.884 pontos.
Na véspera, o dólar à vista fechou o dia cotado a R$ 5,1835 na venda, em alta de 1,21%, maior valor de fechamento desde 27 de março de 2023.
Além de dados do exterior que afetaram a perspectiva sobre os juros nos EUA, no cenário doméstico os investidores receberam com pessimismo a notícia de que o governo federal reduziu a meta fiscal de 2025 para um déficit zero.
A meta é diferente da estipulada no arcabouço fiscal aprovado no ano passado, que previa um superávit de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) no ano que vem.
O novo regime fiscal, entretanto, tem uma margem de tolerância de 0,25% do PIB para mais ou menos, que já indicava uma flexibilização do que foi firmado no ano passado.
O Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) de 2025 gerou ceticismo entre analistas e incertezas com relação à possibilidade de entrega dos números previstos pelo Ministério do Planejamento.
Nesta terça, o mercado apontou uma perspectiva de menor afrouxamento monetário neste ano, de acordo com o boletim Focus. A mediana das projeções aponta para a taxa básica de juros a 9,13% no final deste ano, primeiro aumento depois de 15 semanas apontando a Selic a 9%.
Para 2025 a taxa segue sendo calculada em 8,50%.
A mudança vem na esteira de alertas do BC sobre o cenário de aumentos de preços, apontando maior preocupação com uma possível pressão de salários e citando maior incerteza sobre a dinâmica de queda da inflação doméstica.
Fonte: CNN Brasil