Nos primeiros meses deste ano, de 1º de janeiro a 18 de abril, foram registrados 565 acidentes de trabalho na Bahia, resultando em três óbitos. No entanto, segundo o Sindicato dos Auditores Fiscais do Trabalho do Estado da Bahia (SAFITEBA), esse número pode ser apenas a ponta do iceberg, já que a subnotificação dos casos atinge alarmantes 85%.
Comparando com o mesmo período de 2023, quando foram registrados 3.169 acidentes e doenças relacionadas ao trabalho, com 24 óbitos, o número aparentemente reduzido de acidentes em 2024 pode ser enganoso. O SAFITEBA atribui essa queda à escassez de Auditores Fiscais do Trabalho (AFTs), que atualmente somam pouco mais de 50 em atividade em todo o estado.
A Pesquisa Nacional de Saúde, realizada pelo IBGE em parceria com o Ministério da Saúde em 2015, já alertava para a subnotificação significativa, que poderia chegar a 85% em alguns setores. Essa falta de registro adequado dos acidentes de trabalho reflete não apenas a precariedade das condições laborais, mas também a desregulamentação da proteção dos trabalhadores.
"Mergulhado em uma grave crise", conforme declarou o vice-presidente do SAFITEBA, Mário Diniz, esse cenário aponta para a urgência de medidas eficazes para garantir a segurança e o bem-estar dos trabalhadores na Bahia, especialmente em um estado com uma alta taxa de informalidade nas relações de trabalho.
Foto: Elza Fiúza/Agência Brasil
