Uma
operação desencadeada na manhã desta quinta-feira (30) prendeu 33 suspeitos,
entre eles 16 policiais civis, denunciados por extorquir dinheiro de pessoas
envolvidas com atividades ilícitas no Rio de Janeiro. Segundo o Ministério
Público do Rio de Janeiro (MP-RJ), o grupo extorquia dinheiro de vendedores de
mercadorias piratas, ambulantes, postos de gasolina, bingos, donos de veículos
clonados e comerciantes em alguma situação irregular.
A ação, que visa cumprir 48 mandados de prisão contra a organização
criminosa liderada por policiais, é comandada por agentes do MP-RJ e da
Secretaria de Segurança Pública do Rio, por meio do Gaeco, e a Subsecretaria de
Inteligência (Ssinte) da Secretaria de Estado de Segurança Pública.
Segundo as investigações, o mais alto escalão, denominado
"Administração", era composto pelo delegado Rodrigo Sebastian Santoro
Nunes e seu braço direito Delmo Fernandes Baptista Nunes, chefe do setor de
investigações . Outro delegado com papel importante no esquema seria Thiago
Luis Martins da Silva. A ação é a segunda fase da operação denominada Quarto
Elemento.
Entre os 48 denunciados estão 24 policiais civis, seis policiais
militares, dois bombeiros militares, um agente penitenciário e outras 15
pessoas que atuavam como informantes ou ajudantes dos policiais.
O G1 entrou em contato com a Polícia Civil, mas até
as 8h não tinha obtido posicionamento da instituição sobre a atuação de
policiais no esquema criminoso e possível afastamento dos 24 denunciados.
De acordo com o Ministério Público, todos os suspeitos estavam reunidos
em torno de um objetivo comum: identificar possíveis infratores da lei, seu potencial
econômico e realizar batidas policiais contra eles, sempre com a intenção de
flagrá-los cometendo crimes ou irregularidades administrativas.
A
partir dessa situação, em vez de seguir a lei, os denunciados exigiam uma
quantia em dinheiro para que os infratores não fossem presos ou tivessem as
mercadorias apreendidas e sofressem os devidos procedimentos legais. Segundo a
denúncia, a organização criminosa fazia graves ameaças e até agredia
fisicamente as vítimas. Em certos casos, o grupo denunciado ainda desviava para
si os objetos apreendidos com os alvos, para posterior revenda.
Os
suspeitos foram denunciados por organização criminosa, corrupção, extorsão,
concussão e peculato, entre outros crimes.
A operação conta com apoio da Coordenadoria de Segurança
e Inteligência, da Corregedoria da Polícia Civil e da Corregedoria da Polícia
Militar. A Polícia Civil não participou dessa investigação.