A "guerra de
espadas", tradição junina em várias cidades do nordeste, rendeu confusão
no município de Senhor do Bonfim, na noite de sábado (23). Depois da
recomendação de suspensão do evento pelo Ministério Público Estadual (MP-BA), a
Polícia Militar tentou interver e entrou em confronto com os espadeiros.
Na cidade, a guerra de
espadas é praticada há mais de 70 anos e o "campo de batalha" fica na
Rua Costa Pinto. Antes da confusão, os policiais tentaram impedir que as
espadas fossem acesas na fogueira.
O Corpo de Bombeiros esteve
no local para apagar a fogueira, mas foi impedido pelos espadeiros, que usavam
gritos de resistência. Pouco tempo depois, o grupo começou a lançar as espadas.
A polícia usou spray de
pimenta e balas de borracha para tentar dispersar a população, mas não
conseguiu. Um homem chegou a passar mal, na confusão. Os policiais deixaram o
local e a guerra de espada continuou. A polícia não tem registro de feridos.
Apesar de perigosa, a
tradição é mantida pelas famílias da cidade, que aguardam a chegada do São João
para dar início à manifestação cultural. Grupos com mais de 70 participantes
que se reúnem todos os anos para guerrear.
Durante a guerra, os
espadeiros usam roupas e capacetes para se proteger das espadas, mas não
dispensam a oração para pedir proteção antes de dar início a tradição.
Em média, cada espadeiro
leva 100 espadas para guerra, e algumas famílias chegam a gastar mais de mil
reais com o arsenal.