O Brasil se prepara para implementar mudanças significativas nas regras que regem o trabalho aos domingos e feriados. Previstas para entrar em vigor em julho, essas alterações têm gerado discussões entre trabalhadores, empregadores e especialistas. Compreender essas novas diretrizes é essencial para avaliar seus impactos no mercado de trabalho e na economia do país.
Anteriormente, as empresas podiam operar nesses dias com menos restrições, bastando uma comunicação formal. No entanto, a nova regulamentação exige negociações sindicais ou autorizações específicas, alterando significativamente o cenário anterior e buscando um equilíbrio entre os interesses de empregadores e empregados.
Como são as regras da Portaria nº 3.665/2023?
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Carteira de Trabalho – Créditos: depositphotos.com / julioricco A Portaria nº 3.665/2023, introduzida no final de 2023, estabelece que o trabalho em feriados agora requer autorização por meio de convenção coletiva. Essa portaria revoga normas anteriores que permitiam maior flexibilidade sem a necessidade de aprovação sindical. A principal mudança é a exigência de acordos prévios, garantindo que os direitos dos trabalhadores sejam respeitados. O que mudou com a Portaria nº 3.665/2023? A principal mudança é que agora a autorização para o trabalho em domingos e feriados dependerá de negociação coletiva com os sindicatos dos trabalhadores. Ou seja, as empresas do comércio não poderão mais funcionar nesses dias sem que haja um acordo estabelecido em convenção coletiva de trabalho (CCT) ou acordo coletivo de trabalho (ACT). Exceções: A Portaria mantém a permissão para o trabalho em domingos e feriados para algumas atividades específicas, como:
O que acontece se a empresa não seguir as regras? Caso a empresa funcione aos domingos e feriados sem a devida autorização da convenção ou acordo coletivo, ela estará sujeita a multas e outras sanções previstas na legislação trabalhista. Como fica a situação dos trabalhadores? A nova portaria não altera as regras sobre a remuneração do trabalho em domingos e feriados. Ou seja, o trabalho nesses dias continua devendo ser pago em dobro, a menos que o empregador ofereça folga compensatória em outro dia da semana. Quais as reações de sindicatos e empresários?Os sindicatos veem essas mudanças como uma oportunidade para fortalecer a negociação coletiva e proteger os direitos dos trabalhadores. Organizações como a União Geral dos Trabalhadores (UGT) consideram que a nova regulamentação promove um ambiente de trabalho mais justo. Já a Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio (CNTC) apoia a medida, destacando a importância de corrigir lacunas legais anteriores. Por outro lado, empresários expressam preocupações sobre o impacto econômico das novas regras. A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) teme que as mudanças aumentem os custos operacionais e dificultem a abertura de lojas em feriados. Outros setores do comércio compartilham dessas preocupações, temendo uma redução na flexibilidade operacional. Quais os impactos econômicos esperados?As novas normas surgem em um momento crítico para a economia brasileira, que busca consolidar sua recuperação. Há preocupações de que essas mudanças possam frear o crescimento econômico, especialmente em setores que dependem do funcionamento contínuo, como o comércio e os serviços. No entanto, defensores das novas regras argumentam que elas são essenciais para garantir condições de trabalho mais equilibradas. O adiamento da implementação para julho de 2025 oferece tempo para que todos os envolvidos se adaptem às novas exigências. O diálogo contínuo entre sindicatos, empresários e governo será crucial para encontrar um equilíbrio que proteja os direitos dos trabalhadores sem comprometer a competitividade econômica. Impactos Econômicos Esperados: Para Empresas:
Para Trabalhadores:
Para a Economia em Geral:
Regras Vigentes para o Trabalho aos Domingos e Feriados: As regras vigentes, conforme a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), asseguram direitos específicos para quem trabalha nesses dias. Os principais pontos incluem:
Essas mudanças refletem a necessidade de adaptação às novas realidades econômicas e sociais do país, buscando um equilíbrio entre os interesses de empregadores e trabalhadores.
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