Chefão do PCC movimentou R$ 8 bilhões de dentro da cadeia
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Em São Paulo, mesmo após 22 anos atrás das grades, Anderson Manzini, conhecido como Gordo, conseguiu administrar as atividades de seu núcleo criminoso no Primeiro Comando da Capital (PCC). Nos últimos cinco anos, ele movimentou R$ 8 bilhões, quantia recentemente bloqueada a pedido da Polícia Civil de São Paulo. Esse valor supera os orçamentos das capitais de Sergipe e Santa Catarina para 2024, que são de R$ 3,9 bilhões cada.
Gordo é identificado como braço direito de Wanderson Nilton de Paula Lima, o Andinho, que foi um membro da alta cúpula do PCC e atualmente se opõe a Marcola junto com outros líderes. A coordenação das atividades ocorreu principalmente por meio de cartas enviadas por sua esposa, Fabiana Lopes Manzini.
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Como Anderson Manzini movimentou R$ 8 bilhões
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Para entender como Gordo conseguiu movimentar tanto dinheiro, é importante conhecer sua rede de contatos e o modo como ele operava. Mesmo transferido de uma penitenciária do interior paulista para outra, ele manteve suas atividades com a ajuda de pelo menos 40 parceiros, incluindo membros do PCC, laranjas e parceiros comerciais.
Quem são os principais aliados de Gordo
Em sua rede, a esposa Fabiana teve um papel crucial. Ela negociava aluguéis de pontos de venda de drogas e mantinha contato estreito com diversos membros e laranjas. Em uma dessas negociações, ela discutiu a mudança do pagamento semanal de uma biqueira de sexta para segunda-feira para facilitar as transações.
Logística criminal: cartas e mensagens
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Gordo utilizava cartas escritas à mão, que eram fotografadas por sua esposa e enviadas aos destinatários. Essas mensagens não apenas garantiam a continuidade de suas operações mas também propunham novos negócios para aumentar os lucros do grupo. A descoberta desse esquema se deu através de investigações da Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes (Dise) de Mogi das Cruzes.
O papel de Fabiana Manzini
Fabiana foi essencial na continuidade dos negócios de Gordo. Em setembro de 2023, ela foi presa por tráfico de drogas, o que revelou a extensão do esquema criminoso. Dois celulares apreendidos com ela continham provas de um complexo esquema de tráfico e lavagem de dinheiro, controlado por Gordo de dentro da cadeia.
O “Banco do Crime”
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Além do tráfico de drogas, a investigação da Polícia Civil revelou a existência de um “banco do crime”, por meio do qual foram movimentados os R$ 8 bilhões da quadrilha. João Gabriel Yamawaki, primo de Gordo, era o dono dessa instituição financeira digital e foi preso em agosto de 2024. Somente de João, foram bloqueados mais de R$ 500 milhões.
Infiltração política
As mensagens também demonstram a intenção de Gordo de influenciar campanhas eleitorais no interior e na região metropolitana de São Paulo. Ao todo, seis membros do PCC são investigados juntamente com outras 26 pessoas diretamente envolvidas com o crime organizado.
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As defesas dos suspeitos mencionados nesta reportagem não foram localizadas. O espaço segue aberto para manifestações. A investigação da Dise continua, mirando novos alvos revelados após a quebra do sigilo telemático dos celulares de Fabiana.
Por Terra Brasil