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Lula escorrega nas cascas de banana que ele mesmo joga


É difícil dizer o que é pior: se a declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que Vladimir Putin “não será preso” se vier ao Brasil em 2024 para a cúpula do G-20, apesar do mandado de prisão emitido contra o líder russo pelo Tribunal Penal Internacional, ou o que ele afirmou depois, ao voltar atrás no que havia dito, que “nem sabia da existência” da Corte.

O que se pode dizer, sem medo de errar, é que tanto num caso como no outro Lula reforçou os questionamentos que prosperam no mundo desenvolvido em relação ao papel destinado a ele no cenário internacional e à ideia propagada por seus aliados de primeira e de última hora, de que ele irá “tirar o Brasil do isolamento” que teria sido imposto ao País durante o governo Bolsonaro.

Ao imaginar que caberia a ele próprio decidir sobre a prisão de Putin e não à Justiça brasileira, dizendo em alto e bom som que o presidente russo teria salvo-conduto para vir ao País, Lula deixou claros também os pendores autoritários que o motivam a agir, como se fosse uma espécie de imperador do Brasil.

Só mesmo quem julga ter poderes ilimitados para fazer o que lhe vem na cabeça e que continua a “passar pano” para Putin e a acreditar que “a Ucrânia também tem responsabilidade na guerra”, apesar dos desmentidos que se viu obrigado a realizar, seria capaz de dar uma declaração desse naipe, numa entrevista para um canal de TV internacional.

Além disso, ao tentar remediar o irremediável, diante da repercussão negativa de sua fala, Lula mostrou todo o desprezo que parece nutrir pelas instituições internacionais que não rezam pela sua cartilha terceiro-mundista e antiocidental. Lula não só alegou desconhecimento sobre o Tribunal de Haia – uma organização cuja criação foi ratificada por 123 dos 193 Estados-membros da ONU, incluindo o Brasil e todos os países da União Europeia, e à qual ele próprio já estudou recorrer – como procurou depreciar a Corte, ao afirmar que “só os bagrinhos” ratificaram o Estatuto de Roma, que levou à sua criação.

Agora, independentemente de sua obsessão por se contrapor ao Ocidente, que vem comprometendo a imagem do País, Lula poderia ao menos seguir o velho dito popular e distinguir sua alegada ignorância sobre o Tribunal de uma suposta irrelevância da instituição. Mas aí, talvez, seja pedir demais.

Fonte: Agência estado

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