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Quadrilha falsificava documentos de universidade para obter registros para falsos médicos

A Polícia Federal (PF) descobriu um esquema envolvendo uma quadrilha que falsificava documentos de faculdades de medicina para conseguir registros e vender para falsos médicos. Ao menos 65 registros foram obtidos junto ao Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (CREMERJ) com documentos falsos.
O Fantástico, da Globo, trouxe os detalhes da investigação. De acordo com a reportagem, exibida no domingo (2), os documentos criados eram bem parecidos com os originais e a quadrilha usava papel de qualidade e reproduzia o logotipo de universidades. Na maioria das vezes, os dados eram da Universidade do Estada da Bahia. “A investigação conseguiu apontar que de fato existia uma estrutura empresarial nessa venda de diplomas falsos e históricos escolares falsos”, detalha o delegado da Polícia Federal (PF), Francisco Guarani, ao Fantástico. Para não levantar suspeitas, a quadrilha criou e-mails falsos em nome das universidades. Com os documentos falsos, qualquer um poderia se passar por estudante de medicina formado. "Como são as universidades que enviam a primeira documentação dos alunos formados para os conselhos regionais de medicina, os criminosos também criaram e-mail falso em nome das instituições de ensino. No caso da UNEB, a quadrilha usava o e-mail: validacao@portaluneb.gov.br e conseguiu enganar o Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro", detalha a reportagem. Falsos médicos Entre os suspeitos presos está o enfermeiro Diego da Silva Jacome de Lima que contou, em depoimento à Polícia Federal, que nunca foi ao campus da UNEB e que pagou R$ 45 mil pelo falso registro, entregue em casa. O outro suspeito é Marcelo Salgueiro Bruno, dono de uma empresa de ambulância e enfermeiro, que disse em depoimento ter pago R$ 45 mil pelos documentos. Ele recebeu uma pasta com selo e logotipo iguais aos da UNEB com histórico escolar, diploma e monografia. O terceiro suspeito é Jonny Teixeira Carreiros que relatou à PF que chegou a estudar medicina, no Paraguai, mas não se formou. Segundo a PF, ele pagou R$ 80 mil para ter os documentos. "Ele foi preso em fevereiro deste ano quando trabalhava como médico e passou 9 dias na cadeia. Os advogados disseram que ele foi vítima de um golpe", relata o Fantástico. A enfermeira Cássia Santos de Lima Menezes admitiu, em depoimento à PF, que chegou a dar plantões. Ela gastou R$ 400 mil com os documentos falsos. Em nota ao Fantástico, o advogado disse que ela é inocente e já prestou esclarecimentos às autoridades. O Fantástico não conseguiu contato com a defesa dos outros investigados citados. Prisões Em junho, a PF cumpriu quatro mandados de prisão e três pessoas foram presas: Valdelírio Barroso Lima, Reinaldo Santos Ramos e Francisco Gomes Inocêncio Junior, que é médico. A quarta pessoa, Ana Maria Monteiro Neta, apontada como chefe da quadrilha, está foragida. Notas A UNEB disse ao Fantástico que todos os documentos recebidos pelo CREMERJ não foram emitidos ou assinados pela universidade e são ilegítimos. O CREMERJ percebeu uma das fraudes quando uma funcionária desconfiou de documentos e avisou a Polícia Federal, que começou uma investigação. O órgão mudou o processo de checagem e anulou todos os sessenta e cinco registros obtidos com documentação falsa.

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