FLECHA CONTRA TEMER: COM A PALAVRA, A CÂMARA DOS DEPUTADOS
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O placar de 10 x 1 no Supremo Tribunal Federal (STF), determinando a remessa da segunda denúncia contra o presidente Michel Temer para a Câmara dos Deputados, não foi exatamente uma surpresa. Os ministros já haviam sinalizado que dificilmente iriam fazer qualquer juízo de mérito contra o texto remetido pelo então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, antes dos deputados avalizarem, como determina a Constituição. O voto vencido, de Gilmar Mendes, também estava no script. O desafeto de Janot e amigo de Temer não iria se indispor publicamente aos próprios ideais – questionáveis para o restante da população, porém altamente lógicos para alguém como Gilmar Mendes. A denúncia do “quadrilhão do PMDB”, como ficou conhecida a organização criminosa sugerida por Janot, envolve não apenas o presidente da República. Os ministros Eliseu Padilha, da Casa Civil, e Moreira Franco, da Secretaria-Geral da Presidência, e os ex-deputados federais Eduardo Cunha, Henrique Eduardo Alves, Geddel Vieira Lima e Rodrigo Rocha Loures também são citados. Destes, três estão presos. Joesley Batista e Ricardo Saud, do Grupo J&F, também podem virar réus. Enquanto a denúncia contra eles pode prosseguir sem aval da Câmara, contra Temer é necessária a autorização dos ilustres parlamentares, que, no começo de agosto, enterraram uma primeira investigação contra o presidente com 263 votos. Até o momento, o presidente parece fortalecido, porém o balcão de negócios que sepultou a investigação inicial será refeito e os parlamentares tendem a cobrar mais caro para salvar a pele do peemedebista. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), deu a senha ainda em agosto que uma segunda denúncia poderia não ter o mesmo destino para tirar a corda do pescoço de Temer. O próprio Maia, sucessor direto numa eventual queda de Temer, voltou a tecer críticas ao governo e pode não mexer pauzinhos a favor do aliado. A próxima semana será crucial para o chefe do Palácio do Planalto saber sobre o futuro político. Com a palavra, os deputados federais. Este texto integra o comentário desta sexta-feira (22) para a RBN Digital, veiculado às 7h e às 12h30, e para as rádios Irecê Líder FM e Clube FM.